quarta-feira, 29 de maio de 2013

Plural dos substantivos

Terminação (regra geral) Plural Exemplos
vogal e ditongo acrescenta s mesas, pais
consoante (r, n, s e z) acrescenta es flores, líquenes, países, raízes
Terminação (particularidades) Plural Exemplos
-ão muda para -ãos, -ães ou -ões mãos, cães, leões
-m muda para -ns homens, tons
-al, -oi, -ul muda para -ais, -ois, -uis casais, bois, pauis
-el, -ol muda para -éis, -óis anéis, faróis
-il tónico muda o l em s funis, barris
-il átono muda para -eis répteis, fósseis
-ás, -ês acrescenta es gases, franceses
-s, -x não mudam lápis, pires, pírex, inox

Nota

Há substantivos que só se empregam no plural.
Exemplos
Arredores, férias, núpcias, óculos

REGRAS BÁSICAS

Em substantivos simples, acrescenta-se a desinência "-s" aos substantivos terminados em vogal, ditongo oral ou ditongo nasal "ãe": casa/casas, peru/perus, pai/pais, lei/leis, herói/heróis, réu/réus, troféu/troféus, fogaréu/fogaréus, degrau/degraus, grau/graus, sarau/saraus, bacalhau/ bacalhaus, maçã/maçãs, mãe/mães...

Observação

Atente para as formas "avôs" (o avô materno e opaterno) e "avós" (casal formado por avô e avó, ou plural de avó; também indica os antepassados de um modo geral).
A maioria dos substantivos terminados em "-ão" forma o plural substituindo essa terminação por "-ões" (incluem-se nesse grupo os aumentativos): balão/balões, eleição/eleições, leão/leões, sabichão/sabichões, coração/corações, vozeirão/vozeirões...
Os paroxítonos terminados em "-ão" e alguns poucos oxítonos e monossílabos formam o plural pelo simples acréscimo de "s": sótão/sótãos, cidadão/cidadãos, chão/chãos, bênção/bênçãos, cristão/cristãos, grão/grãos, órfão/órfãos, irmão/irmãos, mão/mãos...
Alguns substantivos terminados em "-ão" formam o plural substituindo essa terminação por "-ães": alemão/alemães, capitão/capitães, pão/pães, cão/cães, charlatão/charlatães, sacristão/sacristães, capelão/capelães, escrivão/escrivães, tabelião/tabeliães...
Em alguns casos, há mais do que uma forma aceitável para esses plurais. A tendência da língua portuguesa atual do Brasil é utilizar a forma de plural em "-ões":
guardião - guardiões, guardiães; verão - verões, verãos; anão - anões, anãos; cirurgião - cirurgiões, cirurgiães; corrimão - corrimões, corrimãos; vilão - vilões, vilãos; ancião - anciões, anciães, anciãos; ermitão - ermitões, ermitães, ermitãos; faisão - faisões, faisães; refrão - refrães, refrãos.
zangão (substantivo masculino de abelha) zangãos, zangões; que pode ser pronunciada também de duas maneiras: zangão ou zângão (acento colocado para mostrar a pronúncia).

Observação

ARTESÃOS/ARTESÕES

Quando se refere ao indivíduo que tem por ofício as artes que dependem de habilidade manual, o feminino é "artesã", e o plural é "artesãos". No entanto, a palavra "artesão" também se usa em arquitetura, com o sentido de "adorno que se coloca entre molduras em abóbadas e tetos". Neste caso, o plural é "artesões". Disso se conclui que é possível dizer que "os artesões de determinada igreja foram produzidos por famosos artesãos".
Acrescenta-se a desinência "-s" aos substantivos terminados em "-m". Essa letra é substituída por "-n" na forma do plural: homem/homens, jardim/jardins, som/sons, atum/atuns...
Os substantivos terminados em "-r" e "-z" formam o plural com o acréscimo de "-es": mar/mares, açúcar/açúcares, hambúrguer/hambúrgueres, flor/flores, repórter/repórteres, revólver/revólveres; raiz/raízes, rapaz/rapazes, cruz/cruzes...

Observação

No caso do plural das palavras "júnior", "sênior" e "caráter", além de acrescentar "es", devemos observar a mudança da posição da sílaba tônica: "juni ô res", "seni ô res", "carac té res" (devemos escrever essas palavras sem acento, mas pronunciar com a sílaba tônica nas vogais aqui acentuadas.).
Os substantivos terminados em "-s" formam o plural com acréscimo de "-es"; quando paroxítonos ou proparoxítonos, são invariáveis - o que faz com que a indicação de número passe a depender de um artigo ou outro determinante: gás/gases, obus/obuses, um lápis/dois lápis, mês/meses, o atlas/os atlas, algum ônibus/vários ônibus, país/países, o pires/os pires, o vírus/os vírus...
Os substantivos terminados em "-al", "-el", "-ol" e "-ul" formam o plural pela transformação do "-l" dessas terminações em "-is": animal/animais, canal/canais, vogal/vogais, igual/iguais, anel/anéis, pastel/pastéis, álcool/álcoois, anzol/anzóis...

Observação

O plural de "mal" (males) e de "cônsul" (cônsules) é uma exceção à regra das palavras terminadas em "l". Já "mel" admite dois plurais: "meles" ou "méis". Os dicionários e as gramáticas afirmam que "gol" também admite dois plurais: "gois" (com o "o" fechado, como o de bois) e "goles" (com o "o" também fechado); exemplo: Ronaldinho fez três goles (ou gois) numa só partida. No entanto, a forma irregular "gols" é a que tem predominado na imprensa em geral.
Os substantivos oxítonos terminados em "-il" trocam o "-l" pelo "-s"; os paroxítonos trocam essa terminação por "-eis": barril/barris, ardil/ardis, funil/funis, fuzil/fuzis, fóssil/fósseis, projétil/projéteis, réptil/répteis, difícil/difíceis...
Além das formas paroxítonas apresentadas acima, existem as formas oxítonas "projetil" e "reptil", que fazem os plurais "projetis" e "reptis", oxítonos.
Os substantivos terminados em "-n" formam o plural pelo acréscimo de "-s" ou "-es": abdômen/abdomens ou abdômenes, gérmen/germens ou gérmenes, hífen/hifens ou hífenes, líquen/liquens ou líquenes...
No português do Brasil, há acentuada tendência para o uso das formas obtidas pelo acréscimo de "-s". Observe que, quando paroxítonas, essas formas de plural não recebem acento gráfico.
Destaque-se "cânon", cujo plural é a forma "cânones".
Os substantivos terminados em "-x" são invariáveis; a indicação de número depende da concordância com algum determinante: o tórax/os tórax, um clímax/alguns clímax, uma (ou um) xerox/duas (ou dois) xerox...
Existem alguns substantivos terminados em "-x" que apresentam formas variantes terminadas em "-ce"; nesses casos, deve-se utilizar a forma plural da variante: o cálix ou cálice/ os cálices, o códex ou códice/ os códices...
Os diminutivos com o sufixo "-zinho" (e mais raramente "-zito") fazem o plural da seguinte forma: o plural da palavra original sem o "s" + o plural do sufixo (-zinhos ou -zitos).

Exemplos

botão + zinho (botõe + zinhos = botõezinhos) balão + zinho (balõe + zinhos = balõezinhos) pão + zinho (pãe + zinhos = pãezinhos) papel + zinho (papei + zinhos = papeizinhos) anzol + zinho (anzoi + zinhos = anzoizinhos) colar + zinho (colare + zinhos = colarezinhos) flor + zinha (flore + zinhas = florezinhas)

Observações

No caso de diminutivos formados a partir de substantivos terminados em "-r", existe acentuada tendência na língua atual do Brasil para limitar-se o plural à terminação da forma derivada: colarzinho/colarzinhos, florzinha/florzinhas, mulherzinha/mulherzinhas. Essa forma de plural, no entanto, é repudiada pela norma culta.
No caso das palavras "luzinha" e "cruzinha", o sufixo para o diminutivo é "inho" (a letra "z" pertence à raiz da palavra). Não se aplica, portanto, a regra acima. Basta pôr a desinência "s": luzinhas e cruzinhas.

METAFONIA

Existem muitos substantivos cuja formação do plural não se manifesta apenas por meio de modificações morfológicas, mas também implica alteração fonológica. Nesses casos, ocorre um fenômeno chamado "metafonia", ou seja, a mudança de som entre uma forma e outra. Trata-se da alternância do timbre da vogal, que é fechado na forma do singular e aberto na forma do plural.
Observe os pares abaixo:

singular (ô) - plural (ó)

aposto apostos caroço caroços corno cornos corpo corpos corvo corvos esforço esforços fogo fogos imposto impostos miolo miolos osso ossos poço poços porto portos povo povos socorro socorros forno fornos jogo jogos olho olhos ovo ovos porco porcos posto postos reforço reforços tijolo tijolos
É importante que você atente na pronúncia culta desses plurais quando estiver utilizando a língua falada em situações formais.

Discurso direto/ Indireto/ Indireto Livre

Discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre são três conceitos clássicos, amplamente estudados pela gramática tradicional, que designam três modos de reportar ou citar um ato de enunciação. Segue-se uma descrição sucinta de cada um dos processos.

Discurso Direto: processo de citação de uma voz que é introduzido por um verbo declarativo (como: <dizer, afirmar, declarar, responder, confessar, indagar, continuar, replicar, perguntar>, etc.) e assinalado graficamente por dois pontos seguidos de mudança de linha e de um travessão para marcar que se trata de outra fala, como no exemplo seguinte:

"Virgília ouvia-me calada; depois disse:
- Não escaparíamos talvez; ele iria ter comigo e matava-me do mesmo modo."
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

Existem outras possibilidades gráficas de marcar o discurso direto, como o uso de aspas, o uso do travessão ou até a colocação do enunciado entre vírgulas, seguido de um verbo declarativo.

"- Quer comprar alguma coisa? disse ela estendendo-me a mão."
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

"(...) oito dias depois, como se eu estivesse no caminho de Damasco, ouvi uma voz misteriosa, que me sussurrou as palavras da Escritura (Act., IX, 17) «Levanta-te, e entra na cidade»."
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

O discurso direto é uma operação que confere ao discurso a vivacidade e naturalidade típicas da oralidade, pelo recurso a interjeições, exclamações, vocativos e interrogações diretas, entre muitos outros elementos.

Discurso Indireto: processo enunciativo em que um locutor incorpora outra voz diferente da sua, a voz de um enunciador. Em literatura, pode dizer-se que é um processo em que o narrador incorpora a voz de uma personagem. As falas do enunciador são também introduzidas por um verbo declarativo, que aparecem sob a forma de uma frase completiva, como no exemplo seguinte:

"Alcancei-a a poucos passos, e jurei-lhe por todos os santos do céu que eu era obrigado a descer, mas que não deixava de lhe querer e muito; tudo hipérboles frias que ela escutou sem dizer nada."
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas

O discurso indireto implica uma transposição ao nível da dêixis pessoal, temporal e espacial que está bem documentada nas gramáticas escolares e prescritivas. Seguem-se alguns exemplos desta transposição:

< Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos na 1.ª e 2.ª pessoas gramaticais no discurso direto passam à 3.ª pessoa no discurso indireto;
< Verbos no Presente no discurso direto passam a Pretérito Imperfeito no discurso indireto;
< Verbos no Pretérito Perfeito no discurso direto passam a Pretérito Mais-que-Perfeito no discurso indireto;
< Verbos no Imperativo no discurso direto passam a Conjuntivo no discurso indireto;
< Advérbio de lugar <aqui> no discurso direto passa a <ali> no discurso indireto

Discurso Indireto Livre: Operação enunciativa, corrente apenas na literatura mais recente, em que a voz do narrador e a voz do personagem se confundem, sendo uma espécie de interseção entre o discurso direto e o discurso indireto. Trata-se do ato de enunciação mais difícil de analisar em termos tradicionais, sendo por isso um tipo de enunciação muito estudado em análise do discurso, que o integra num tipo de discurso relatado. Tradicionalmente, apresentam-se as seguintes características: é um enunciado livre de subordinação sintática, não possuindo, portanto, as conjunções integrantes típicas do discurso indireto, o que permite aproximá-lo do discurso direto, mas apresenta transposições ao nível da dêixis pessoa, temporal e espacial que são típicas do discurso indireto. Veja-se o seguinte exemplo:

"O marquês e D. Diogo, sentados no mesmo sofá, um com a sua chazada de inválido, outro com um copo de St. Emilion, a que aspirava o bouquet, falavam também de Gambetta. O marquês gostava de Gambetta: fora o único que durante a guerra mostrara ventas de homem; que tivesse «comido» ou que «quisesse comer» como diziam não sabia nem lhe importava. Mas era teso! E o Sr. Grevy também lhe parecia um cidadão sério, ótimo para chefe de Estado..."

Eça de Queirós, Os Maias

Estas operações enunciativas conheceram um tratamento especial no quadro da análise do discurso, especificamente à luz do conceito de polifonia, o que conduziu a uma renomeação terminológica. Assim, a reprodução de outras falas passou ser designada por discurso relatado (do francês, discours rapporté), termo que inclui o discurso direto, o discurso indireto, o discurso indireto livre e uma quarta forma, o discurso direto livre, além de outras formas híbridas e fenómenos de modalização, itálico, alusões, citações várias, etc. 
In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Alma e a Gente

José Hermano Saraiva apresenta-nos alguns momentos e personalidades decisivas da História Nacional.
Cada programa, traça a biografia de um português notável, com a evocação da sua época e o esclarecimento da sua contribuição para o denominador comum que é a Pátria Portuguesa.É uma lição e um estímulo sobre a arte de falar a Língua Portuguesa: http://www.rtp.pt/programa/episodios/tv/p15082

Há conversa

Programa onde são tratados temas relacionados com as artes, a cultura e o espetáculo e que tem como protagonistas os artistas, os técnicos e os autores portugueses: http://www.rtp.pt/play/p692/e117290/ha-conversa/293398

Prós e contras

Programa de informação conduzido pela jornalista Fátima Campos Ferreira que trata semanalmente de um assunto diferente, controverso e atual.
É uma janela aberta sobre a sociedade portuguesa, respeitando a pluralidade de opiniões e a representação democrática.

Um Ponto de encontro da cidadania!
Podem ver as várias emissões clicando no seguinte link:http://www.rtp.pt/play/p1099/e117053/pros-e-contras

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Portugal, um retrato social...

Uma série, da autoria de António Barreto, que retrata a sociedade portuguesa contemporânea.
Esta série é um retrato da sociedade e dos portugueses na atualidade, resultado de um processo de transformações recentes e muito rápidas.Uma velha nação e um antigo Estado, na origem de uma população com forte sentido de identidade, conheceram, nas últimas décadas do século XX, um período de mudança muito intensa, sobretudo em consequência de fatores externos, como a emigração, a integração europeia, a abertura económica e o turismo. A fundação da democracia teve também efeitos importantes. Estas transformações estão na origem de alterações de comportamentos e das estruturas sociais, visíveis nos diversos setores e áreas da vida coletiva, na demografia, na saúde, na educação, no trabalho e nas relações entre as classes, as gerações e as regiões. A sociedade portuguesa é hoje aberta e plural.
Aqui têm o primeiro episódio, podem ver a continuação dos episódios na página do youtube apenas têm de escrever o nome da série.